Consumo de sorvete cresce no Brasil e no RS

O mercado sorveteiro no Brasil cresceu 22,4% em volume no segundo semestre de 2023, em comparação com o ano anterior, alcançando 438 milhões de litros em volume no ano. A última pesquisa da Euromonitor, realizada em junho de 2023, já mostrava que o setor alcançava 380,9 milhões de litros em volume. Esse número, que não inclui os produtos de foodservice e açaí, supera os 600 milhões de litros em volume quando considerados esses segmentos. Segundo o presidente da Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete), Martin Eckhardt, o resultado foi impulsionado por diversos fatores. “Tivemos muitos investimentos em novas linhas de produtos e o clima foi bastante favorável em algumas regiões, com frentes de calor que ampliaram consideravelmente as vendas, alcançando um crescimento de 15% em 2023”. A entidade estima para 2024 um incremento de 5% no volume de litros.

O desempenho também é motivo de comemoração no Rio Grande do Sul (RS), Conforme levantamento da Associação Gaúcha das Indústrias de Gelados Comestíveis e Afins (Agagel), de 2022 para 2023 o aumento foi de 12,9% no volume de produção. “Praticamente nos equiparamos ao resultado do país, mesmo diante dos desafios e circunstâncias vivenciadas”, pondera o presidente, Gian Lisboa. O dirigente cita os aspectos climáticos extremos vividos e que afetaram o poder de consumo, além das grandes enchentes que ocorreram no segundo semestre. “Neste mesmo ano, tivemos o fato mais triste que eu já presenciei, com as perdas catastróficas causadas por essas enchentes no Vale do Taquari, e que afetaram inclusive as estruturas de alguns dos nossos associados. Além desses efeitos climáticos sofridos, o fato de estarmos no extremo Sul sempre faz com que tenhamos a sazonalidade muito marcante, ou seja, temos um período mais curto de atuação em relação ao resto do Brasil”.

O cenário para os próximos anos é otimista para a Agagel, que classifica o sorveteiro gaúcho como “peleador dos pampas”, pela garra e busca constante de alternativas. Para Lisboa, inovação e qualidade são o que devem nortear o setor. “Diversificar, buscar coisas novas, estar sempre atento ao mercado, participar de feiras como a nossa Jornada do Sorvete, fazer parcerias, estar em um grupo onde todos se ajudam, o networking, tudo isso junto é o que traz o fortalecimento”. Essa visão aplicada aos negócios é uma das estratégias para também influenciar na mudança gradativa da cultura de que sorvete é produto de verão. “Aos poucos já estamos consumindo mais sorvete nas entressafras e as crenças antigas e velhos mitos de que sorvete causa gripe, entre outras, vai caindo por terra. Em poucos anos, o sorvete gaúcho não será somente referência de qualidade no estado, mas também de quantidade”, afirma.

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